terça-feira, 2 de outubro de 2012

Um anjo chamado ninguém

Autor: walter Sá

Ele chegou e trouxe novamente o brilho
Aos olhos meus, cessando a dor de um triste adeus.
Ele dançou comigo e desenhou com nossos passos,
Um novo mapa, no espaço vazio
Do meu coração, onde agora brota alegria,
Que anima meu dia e tira meus pés do chão.
Encontrei a luz, que há muito tempo eu buscava refletida
Nos olhos de alguém, no meio da estrada,
Na longa caminhada, sem saber quem.

Não pediu nada, nem vintém,
Não era príncipe, nem sapo,
Nem rei, nem plebeu,
Nem réu, nem carrasco,
Apenas um anjo, chamado ninguém.  


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Os sinais de agora

Autor: Walter Sá

Clarão, corisco no céu, cortou o ar até o chão,
Em seguida, a voz alta do trovão, falou firme
Dizendo, agora sim, vai ter água no sertão.

Não é milagre, nem foi oração.
Não será também a salvação.
As tempestades que virão, serão obras
Nossas, meu irmão.

Vai desmatando tudo, queima floresta, mata bicho
Mata índio e depois quer premiação!

A natureza dará o prêmio merecido.
Vai ficar gente sem comer, sem beber,
Derretendo de calor ou congelando de frio.

Ira de mãe vingativa, que não conhece o perdão.
Faz tremer o chão, a terra se abrir e fogo cuspir,
Faz o vento varrer, a onda subir, o mar invadir e tudo engolir.
E não quer nem saber se é rico ou pobre, se é branco ou negão.

Fica esperto e não ignora os sinais de agora,
Que o futuro previsto, não se demora, não!



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Atropelamento

Autor: Walter Sá

O passo era rápido,
O compasso também, do meu coração.
Um breve segundo bastou para ver tudo
Ir para o espaço, em seguida, sangue cálido, nas mãos

O chão foi pouco para o salto
Alto, grito seco, na multidão.
Não foi bala, nem susto,
Apenas um carro sem direção.

Vi seu corpo, alí, inerte,
Sem pulso e respiração.
Agora, só lamento, choro,
Cova e caixão.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Haikai do medo

Autor: Walter Sá

Se você não fala
Cala a vontade
Da voz
Nasce o medo
Mudo o verbo morre
Veloz

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ah! O que me importa

Autor: Walter Sá

Ah! O que me importa tua casa fechada,
A tua fala calada, a faca cega ou amolada
Com que cortas a voz das palavras que digo.

Ah! O que me importa saber que há outra porta,
Que leva ao acaso, um novo perigo.

O que me vale são os silêncios, os hiatos,
Às vezes, o tal ato falho da tua boca aflita, que sussurra
Sozinha os versos de amor, que te ofertei.

Ah! O que me vale são os risos, o brilho no olhar,
As pernas enroscadas, o cheiro de pele, o gosto do sexo,
Que nunca esquecerei.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A indiferença do corvo

Autor: Walter Sá

Um passarinho verde me contou que a
Passarada vai passar colorindo e cantarolando
Cantos raros para te anunciar.

Sabiá vem pra cá! Canário já chegou e amarelou, mas cantou para você.
Curupaco-papaco papagaio-verde se pronunciou e falando sem parar,
Disse coisas guardadas nas gaiolas da saudade,
Enquanto isso, outro passarinho, eu ouvi cantar,
Um bem-te-vi repetindo que sim, que sim, que sim,
Eu quero você perto de mim.

Não faltou cantor para cantar a alegria de te ver
Chegar, nem pintassilgos, nem pavões, na sala de estar.
Não faltou nem os sem canto como urubu ou condor, sentimos
Falta de Dodô.

Mas, foi quando você entrou em cena,
Que todos os presentes o reverenciaram em coro.
És tão lindo, és  tão formoso, mais que a Fênix, és glorioso!
Apenas o Corvo, sombrio, pousado em seu galho torto, não piou!
Olhou, fixamente, nos seus olhos, com ar de indiferença,
Bateu asas e voou.

Pour comprendre ton regard

Auteur: Walter Sá

Pour comprendre ton regard
J’ai voulu voir la couleur
Des yeux de Dieu

J’ai imaginé mille couleurs
Mais aucune de la couleur
Des tiens

J’ai recherché dans les fleurs
Dans le plumes des oiseaux
Dans le bleu des mers
Dans les mille tons de vert
Mais je n’ai pas trouvé
Ni couleur ni cela que
J’ai toujours recherché

Voir tes yeux en souriant
Dans les miens et
Voir l’éclat de la lumière
De cette joie refletant
Les tiens

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Un rêve bleu

Auteur: Walter Sá

J’ai eu un rêve bleu
Dans la mère Il y avait un petit
Bateau et dedans nous deux

La lumière de la lune
L’illuminait tout autour
Et nôtre bonheur n’était pas
Éphémère

Comme un clin d’oeil
Je me suis reveillé
Et à mes cotés n’il y avait pas
Ni la mer ni la lumière de ses verts
yeux

Il y avait seulement la solitude de la nuit noire
Et l’éclat des petites étoiles dans la mémoire
Moi seul parmis la mer, la lune et l’illusion
Dans mon coeur

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Amor na rede

Autor: Walter Sá

Agora é assim, tá afim?
Sim, então vamos!
Manda foto...

Não curti. Passa o tempo, passa
Gente diferente na rede, na cama,

Versátil, ativa ou passiva,
As possibilidades são sucessivas.
O coração frio e o pau na mão esperando a hora,
Que o acaso não seja todo dia.


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O acaso ao acaso vem

Autor: Walter Sá

O acaso ao acaso vem,
Disse pra mim uma vez o meu bem.
O caso é saber quando e quem vai
Cruzar o caminho também.

Pra você foi assim, tratou com descaso
Nosso encontro ao acaso, não valeu um vintém

Agora, sei que teu caso não tem cura.
Você vive a procura e não encontra ninguém,
Que possa entender a sua fissura de não se entregar
A alguém, que com amor e doçura te quis tanto bem.

Resta lembrar as palavras ditas,
Aos meus ouvidos malditas
E acreditar que sua praga
Virou feitiço de fada e vai
Chegar outro alguém.

Ao acaso mais um caso tem,
Se vai partir ou ficar,
Para dar certo ou errado,
Isso a gente não sabe, meu bem.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Antes do canto do galo

Autor: Walter Sá

Antes do canto do galo alertar, que o Sol vai chegar
Despejo lágrimas em taças de solidão e apago seu vulto
Da sala de jantar

De que vale noite insone, pêndulo de relógio ecoando
Horas sem passar,
De que vale lábios calados, pulsos cortados, se você não
Vai voltar

Já é novamente manhã, visto a face da agonia.
E encaro mais uma jornada fria.
Pelo vidro da janela, vendo a paisagem
Vazia, sem jardim com flores, nem carta,
Na porta da casa, apenas o passado, a me dizer
Bom dia.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Vazio

Autor: Walter Sá

Vazio, vago, indo a lugar nenhum.
A encruzilhada, na estrada, só há setas, que apontam para
O nada.

Sem rota de partida ou de chegada, sigo em círculos, tentando
Morder a cauda do passado.
Faço planos de fuga para o futuro, mas dão de cara com o muro
Que ergui, sem ver, com tijolos do descaso.

Tento soltar o grito, libertar o salto, lançar-me ao acaso,
Mas a voz é rouca, a corda é curta, a força é pouca.
Entorpecido pelo tédio, invoco o ócio dos dias fatídicos e permaneço
Nessa esfera sem fim, nem começo.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cena noturna


Cena Noturna
Autor: Walter Sá

No quarto insone
Sentada à beira do abismo, entre a cama e a porta aberta
Fixo olhar no infinito vão do corredor deserto e sombrio
Madrugada silêncio, pequenas porções de alívio,
Choro, solidão e lençol.
A cena noturna congela, há somente eu e a vela
Trêmula pelo fio de vento frio, que sopra pela janela,
Moldura do inverno.
O dia chega, no silêncio, escuto os ecos do riso falso do meu coração,
Enquanto, aos golpes de cutelo,
Corto dedos ágeis, que tentam libertar
Idéias pelas palavras enviesadas do pensamento.
Levanto a cabeça e dou graças ao Tempo.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O amor que me sobra

Autor: Walter Sá

O amor que me sobra é o mesmo que te incomoda.
Virou  resto na tua fala e, sem dobras na língua,
Disparastes o verbo esquecer, me deixando à míngua.
Sem poder dizer que te amo, engulo a seco, minha verborragia.

Palavra por palavra, uma a cada dia,
Gosto amargo, fruto da saudade do
Coração, que antes ardia, sem se importar com a distância,
Que entre nós havia.

Desejo que a vida, embora tardia, não seja vingativa,
Que não peças aos Céus, alguém que te veja, sem essa
Máscara fria.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Indigente conhecido

Autor: Walter Sá

Havia velas e flores
Havia cantos de louvores
No velório do amor traído

Havia riso de escárnio dos inimigos
E lágrimas de rancores dos mais amigos
Havia até desconhecidos revoltados
Com o ocorrido

Na cova o corpo caído
Aberto o peito um coração
Partido

Tristes foram os dias seguintes
E rápido o esquecimento
Do indigente conhecido

Nem lápide de cimento
Para lembrar o finado
Nem história para contar
Do amor vivido.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Sem título

Autor: Walter Cunha

Sentido!
Meia volta volver!
Marche!
Sem dizer adeus
Apenas abraços sem braços
Corações rotos
Medos contidos

A despedida é sempre partida
Restam os cacos para quem vai
E quem fica

Não quero lágrimas
Nas páginas escritas com tintas de
Saudade

Que arde calada feito brasa
Cinza pó da lembrança da sua
Pele suave fala macia

Em sonhos realizo desejo tardio
Por tua boca tua nuca teu peito que
Me segura quando em jorros
Agonizo à tua procura

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Serão palavras pincéis

Autor: Walter Sá

Serão palavras como pincéis, a preencher com tinta a pauta,
Serão como machados, a cortar furiosamente, a casca do texto,
Extraindo a idéia exata do pensamento, ainda abstrato?

São dores, são sabores, que experimento, ao lançar-me intensamente na busca
Pela imagem, pela mensagem, que estão no limbo.
Sem adulações, colher, dessa improvável substância,
A matéria-prima para os quadros, que enxergas ao ler os sentimentos impressos,
Naquilo, que descrevo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A manhã

Autor: Walter Sá

Amanheceu
A manhã é Céu
A manha é sua
A minha mão
Move malícia
Mergulha língua
Molhada na nuca na gruta
Afunda na fronha crava dentes e
A cabeça ainda tonta eu
Amando sua manha de manhã.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Calabouço dos esquecidos

Autor: Walter Sá

No fim da tarde cinzenta, pousam corvos,
Nos fios tensos dos meus nervos enferrujados.
O frio cortante, que atravessa a carne, fere a pele
De asno com a qual me visto, enquanto os pássaros negros
Espreitam minha carniça, até o fim da noite sem fim.

Fujo dos pingos incessantes das lágrimas do teu riso
E fecho a porta do calabouço dos esquecidos.
Trancado, revejo o medo e a solidão, algozes desse cárcere, que
Há em mim.

Aos gritos, sufocando a garganta pelo silêncio, permito que ouças
As pragas que roguei a ti.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Poderia...

Autor: Walter Sá

Poderia chegar assim de estalo, de repente.
Poderia ter cheiro suave e corpo quente.
Poderia ser jovem ou maduro, mas acima de tudo,
Ter coragem de ir em frente, ao meu lado, contente.

Poderia se chamar amor,
Poderia rimar com flor,
Poderia seu beijo, saciar desejo,
Poderia, com os olhos, me dizer
Segredos.

Mas, enquanto não chega,
Olho o passado no espelho,
Lembrando do sorriso, da pele, do pêlo.
Perdidas imagens, na memória, que
Voltam ao meu apêlo.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Não há distância nem tempo

Autor: Walter Sá

Mais do que a boca pode dizer
Foi o silêncio que me fez
Escrever
Palavras de amor por ti até
Morrer

Cada letra escrita cada frase
Dita revela meu coração que trai
A razão e fala por mim aquilo
Que já deves saber

Não há distância, nem tempo
Nem mesmo esquecimento que possa
Apagar de dentro tudo que sinto por
Você

Je veux te voir encore

Auteur: Walter Sá

Tout était comme un rêve
La vie semblait legère
Et les journées étaient plus belles

J’étais plus heureux car j’avais un grand homme
À mes côtés
Nous étions un couple parfait
Et il y avait chez nous des fleurs et la paix

Donc je te garde dans mon coeur....

Mais maintenant, tu vas partir
Beaucoup de temps se passera sans toi
Et je ne sais pas si un autre jour
On se reverra
On sais qu’il y a une douce saveur de souvenirs du passé,
Une histoire très jolie à raconter

Je veux te voir encore
Pour te dire que je vais
Toujours t’aimer
Et  que je ne t’oublierai jamais.

O ciúme

Autor: Walter Sá

Forte era o gigante, que controlava
O mostro silencioso do ciúme, que há muito tempo
Morava aprisionado, em mim.

Armas poderosas, açoites da tua indiferença
E o tempo, o algoz invisível, incapazes de acordá-lo,
Só traziam à memória, lembranças da vida que
Dediquei a ti

Mas, em fúria plena de dor,
Ao te ver passar com seu novo
Amor,
O monstro se libertou.

Agora, nem gigante,
Nem raio paralisante
Conterão a ira e o desprezo,
Que dispensarei a ti

Mil mortes a sangue frio
Outras mil tramadas fio a fio,
De navalhada ao cadafalso,
Teu amor será banido.

Sem paz e sem retiro
Lembrarás do mal cometido,
A quem só te deu amor e abrigo.






quinta-feira, 3 de maio de 2012

Cerrados dentes

Autor: Walter Sá

No tempo do recolhimento
Do cinza frio inverno
Cimento gélido vento

A brancura do Céu é nuvem
Neve que cai dia pequeno
Ruas escuras, becos e cantos
Sombrios relentos

A cidade adquire ares góticos
Asfaltos e calçadas de passos
Violentos noturnos psicóticos
Vagando pela noite adentro

Fecho a janela do carro
Da casa do casulo volto para dentro
Processo pensamentos quietos
Aguardo em silêncio cerrados dentes
Só abro as portas de novo no tempo das
Flores das cores dos amores urgentes

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Estrela de Sargitário (ao meu amigo Hudson Monteiro)

Autor: Walter Sá

Ele tinha um sorriso aberto, estampado aos amigos,
Alegria do riso, que contagia.
Ele brincava e brindava com a vida.

Seus prazeres eram farras e festas
Nas pistas, dançava até o nascer do dia.

Nas horas sombrias, se recolhia,
Mas de súbito, levantava, sacodia a poeira e dava
A volta por cima.

Há alguns anos partiu, seguindo sua estrada
Rumo ao desconhecido.
Tornou-se um ponto de luz no Céu,
Precisamente na constelação de Sargitário,
Mirando sua flecha ao infinito.

Lá, está brilhando e nos lembrando, que de outra
Forma, aqueles que amamos, reencontraremos, um dia.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Há um refugio...

Autor: Walter Sá

Há um refúgio,
Ali, dentro da alma,
Onde o mundo se cala.

Sem paredes, nem sons
É mais fácil ouvir,
Quando o íntimo fala.

Ao fim do dia, após o Sol se deitar...

Quando penso nas palavras
Que te diria ao luar...
Aquelas, que não são necessárias,
Para você entender meu olhar.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A tua partida

Autor: Walter Sá

Não adianta chorar,
Não vou conseguir juntar
O caldo de lágrimas, que acabei de derramar.

Quando penso em você e a saudade
Mata a alegria presente, sinto que de repente,
Você voltará.

Embora eu sofra por tua partida,
Dor pior eu sentir sem você,
Perdido na solidão.

Não, você sabe, não há razão, que controle
Um coração encharcado de amor
E paixão.

Desejo, que um dia retorne, que outro
Olhar a gente troque para uma nova história
Contar, sem medo da desilusão.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Espaço contínuo

Autor: Walter Sá

Céu, amplidão azul,
Espelho que reflete o
Mar.

Mira-se infinito olhar
Para dentro da Terra,
Nosso lar.

Verde em folha,
Vivo, girando solto
No Ar.

Eu, vazio e suspenso,
Nave a vagar pelo espaço
Contínuo, entre o Ser e o
Estar.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Signos incompatíveis

Autor: Walter Sá

Sexta-feira 13 no signo de Virgem,
O Céu apresenta boa visibilidade,
O clima estável, mas o calor aumenta.
O dia, longe de ti, segue sem tormentas.

A cada passo, que dou em sua direção,
A cada pulso do meu coração, sinto
Teu corpo, que minha alma alimenta.

Hoje, Sol ingressa em Leão, às nove da matina e
Diz, que o nosso amor vai brilhar.
Meu mundo em volta se anima.

Vem cá, na hora do almoço, vamos brincar,
Vamos marcar os segundos para se encontrar,
Vamos brindar com champanhe ao luar,
Desenhar constelações no olhar.

Quero deitar e rolar com você, na grama, na praia
Na beira do mar, te beijar.
Deixar as previsões dos astros, nos guiar.
Signos incompatíveis também podem se
Amar.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Tous ce que je voudrais

Auteur: Walter Sá

Tous ce que je voudrais
Serait te voir en paix
Comme le vol d’oiseaux
Sans les grillages de la cage
Sans les doutes et le brouillard
Qui t’empêchent d’avancer à mes côtés

Tous ce que je voudrais
Serait cultiver les fleurs
Que je t’ai offert
Pas dans la mémoire
Mais dans les vases
Plein de larmes noires

Tous ce que je voudrais
Serait être près de toi et
Sêcher les peines de nôtre
Passé

Au but de te voir sourrir
Pour que tu puisses
M’aimer.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Fé desmedida

Autor: Walter Sá

Há que se perder a calma,
Quando no meio do nada,
Eu desarmado, você vem e me
Fala que eu não te acertei,
Que nosso filme, eu queimei.

Há que se tremer a fala,
Engasgar com as lágrimas,
Quando você me olha à distância
E me cala dizendo, que eu sou a falha,
Nessa relação.

Mas não, eu só joguei a toalha
No chão, saí do ringue da desilusão,
Sem nocaute, sem soco de mão.

Na verdade, foi meu coração
O tolo bufão, como um servo
Da tua alegria, se pôs à disposição.

Há que se perder a alma,
Quando, por amor, se tem
Uma fé sem dimensão.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Ah! o inverno, quando a alma silencia

Autor: Walter Sá

Quando a alma silencia e tudo muda de cor,
Os tons cinza são a paisagem real.
Não é dor, mas algum tipo de torpor,
Quando ouço Chet Baker, lembrando do amor

Quero novamente o sabor do licor quente,
Que escorre entre seus dentes,
Aquecendo a minha boca,
Inflamando minha tocha.

Ah! Sem você por perto,
É frio demais o inverno.
Vem logo, não me deixe
Assim, sem teu calor, eu congelo.

Um vinho, entre os braços, um beijo
Hoje de noite te espero.
Vem ficar comigo, antes que eu mande tudo
Para o Inferno.

Quero você de novo

Autor: Walter Sá

Chega assim caladinha,
De madrugada, bem cedinho, a
Saudade de você.

O calor do teu corpo encaixado,
Aquecendo a cama, por um
Instante segura, a alma entregue,
O coração nas alturas do amor,
Felicidade

Quero você de novo,
Um novo tom, sem pressa
Para que a gente não se atropele.
Só quero o mesmo cheiro de pele,
Tua nuca na minha boca, tua boca a
Dizer coisas loucas,
Embaixo do meu edredom.

terça-feira, 27 de março de 2012

Algemas de gelo

Autor: Walter Sá

Como borboletas em redomas de vidro
Imóveis a mostrar somente o colorido
Ali, sem brilho,
Sem bater de asas
Sem vôo vívido.

Eu parado, calado fico,
Insone andarilho em pensamentos
Perdidos, coleciono sentimentos
Esquecidos

Conquistador de mundos caídos,
No solitário reino de um Rei vencido
Preso por algemas de gelo,
No teu coração frio.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Nosso olhar

Autor: Walter Sá

Teu olho,
Meu olhar,
Será o olho, nosso olhar,
A língua sem falar coisas,
Que só o silêncio dirá?

Teu olho me olha,
Meu olhar molha, quando ver você me
Olhar

Ao te ver passar, passo o olho
No teu olho, que me olha
Sem cessar

Meu olhar, teu olho,
Que molha quando me ver
Passar.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Na noite calada

Autor: Walter Sá

Nessa cidade cinza cimento,
Sinto o fedor de um desejo mofado,
Sinto o tormento de homens desesperados
E tento colorir com sorriso amarelo,
O caos do momento ignorado.

Prédios, muros e congestionamentos
São impregnados de frieza,
São elementos da tristeza.

Respiro os canos de descargas,
Mastigo restos das calçadas,
Durmo o sono dos aflitos e me
Lavo com o suor dos renegados

Assim, descalço e despido do disfarce diário
Vagando pelas alturas da Paulista
Ou nos buracos do Vale
Descubro as pistas que levam essa
Cidade arrogante aos caprichos
Da usura e do descaso

Vejo políticos, fardados, banqueiros engravatados
Sob o mesmo telhado
Fazendo alianças e comendo
Nosso rabo

Na hora da desforra
Sem medo da algazarra
Festejaremos ao nosso modo
Invadindo as ruas e suas salas
Levando alforria a esse povo
Que chora e morre um pouco todo dia
No frio da noite calada.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Tentando ouvir estrelas

Autor: Walter Sá Foi tentando ouvir estrelas, buscando respostas concretas, Que escutei o silêncio das palavras inexatas. Foi gritando para o Universo, A voz do meu amor, Que calei diante do precipício da dor. Você não me viu, não ouviu, não sorriu e partiu Foi de longe, que permaneci atento Observando, distância e esquecimento Um dia, um ano, um tempo, não sei ao certo Quanto passou. Falaram as estrelas, cala-te e viva outro perigo, encara outro risco sem temor.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Qualquer uma delas

Autor: Walter Sá

Desde a primeira Eva
Até hoje, ela frutifica humanidade.
Brotamos de entranhas vermelhas
Nós Homens, pura fragilidade.

Há quem diga o contrário,
Que é do macho
Força, luta e coragem,
Mas na verdade é ela
Quem se entrega e se doa
Por inteira, nessa viagem.

Do nascimento à morte,
A mulher, além de criar
Mundos, é também
Linda Paisagem.

A virgem imaculada,
A louca desvairada,
A mãe dedicada,
A puta condenada,
A beata frígida, calada
A menina bulinada,
A garota da escola,
A eterna namorada,
A que nunca me deu bola,
A amiga, até debaixo d'água,
A que topa qualquer parada.

Todas ou qualquer uma delas,
Cada qual uma tela com
Suas cores intensas e belas
Delírio e desejo,
Aos olhos de quem as
Venera.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Rei desterrado

Autor: Walter Sá

A tua oratória é demais contraditória
Ecos de palavras malditas
São os sons dos teus nãos dizendo sim
Para os teus medos
Sufocando tua garganta aflita

Como Rei desterrado
Onde está agora teu espaço desejado
Teu Reino, onde estão os que te amam
Verdadeiramente

Ah, não sabes, porque só reconheces
Aquele, que te mente, teu espelho,
Que julgas transparente
Narciso desejando seu reflexo
Urgente

Mal sabes tu, que a vida é um moinho de gente,
Que revira tudo e reduz a pó, às vezes, os sonhos
Da gente

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Je suis un glaneur

Auteur: Walter Sá

Je suis un glaneur de sentiments
Ceux qui sont dépensés par le temps
Qui sont oubliés et deviennent seulement des
Souvenirs

Je suis um glaneur des idées abandonées
Qui sont celles inachavées, qu’attendent l’heure
Juste à venir

Je regarde le fleuve qui court, la nuage qui passe,
La mèr et le ciel et tout le paysage
J’aime les fleurs et des abeilles, je bois le miel
Je cuille ces images et me souviens de ton visage

Mais je suis principalement un glaneur d’espoire
Qui ne se fatigue jamais et marche fier dans les
Changements de la vie et ses nouveux chemins
Mais surtout, je suis un glaneur de l’amour qu’il y a dans mon
Coeur d'enfant.

Calado

Autor: Walter Sá

Calado, de longe falo
Silêncio, que preenche o espaço
Nada de voz, de letra ou qualquer rabiscado

Só beijo de morte no asfalto, restou
Grito contido de bezerro desmamado,
Quando foste embora sem olhar para trás,
Coração gelado

Mudo permaneço ao lado
Do amor distante, velado
Intenso, calado

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sem rumo

Auror: Walter Sá

Sem esquecer teu riso de descaso,
Sem perder a coragem,
Lembro de Teseu, do fio de Ariadne
E revisito os labirintos da floresta
Escura, que tenho escondida no fundo
Da alma

Neles revejo os escombros,
Que ficaram após as batalhas travadas
Contra o silêncio e a distância, que me
Impuseste, sem fala.

E na guerra de acertos e erros, examino
Os detalhes e desfaço o novelo,
Que esqueci de tecer, com as dores, que senti
Por teu desprezo.

Esse cenário sombrio me lembra o esforço,
Que fiz para sair da lama fria e do poço
Fundo, que me deixastes,
Quando fostes buscar, outros corpos
Quando sem tua presença, fiquei
Sem rumo.

Trilha abandonada

Autor: Walter Sá

Difícil é desfazer o mapa
Das rotas, que levavam ao teu corpo.
Apagar da memória as linhas
E contornos da tua geografia.

Não quiz esquecer, nem por um dia,
Os caminhos, que me conduziram ao teu
Coração, nem dos prazeres da aventura,
Do êxtase e do teu tesão

Mas foste tu, que tomaste outro sentido,
Pegaste outra estrada, levando na bagagem
Minha alma, que ficou sem nada,

Só e vazio, continuo a caminhada, tentando achar uma
Picada, que me leve de volta à trilha perdida e
Abandonada, em meu coração.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A chuva

Autor: Walter Sá

A chuva cai e traz aromas de terra molhada,
De mato verde, do bairro da minha infância
E inunda de lembranças e sensações minha alma

De quando era criança arteira, correndo pelas ruas
Com a molecada, procurando cachoeiras imaginárias
Nas bicas cheias, nas calhas das casas

A chuva também tinha seu lado mistério
Perigos, que me assustavam
Sombras, sons e silêncios
Nas horas noturnas, na madrugada

Raios riscavam o Céu,
Ilustrando sonoras trovoadas,
Parecia guerra de deuses,
Mas era só natureza,
Mais nada.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Farsa Infeliz

Autor: Walter Sá

A máscara cai quando a cena é fraca
E a farsa é revelada diante da platéia
Pasma

Teu personagem dissimulado
Persiste mesmo em face à revelação
Tenta comover o público
Sem conseguir atenção

Lembro do primeiro ato
Uma história de amor, de fato
Parecia clássico com final feliz

Mas não era boa a atriz
Foi por um triz que
Quase deixei meu coração
Infeliz

O pano desceu, sem aplausos
Nem flores no camarim
Seu número chegou ao fim

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Em fevereiro tem carnaval

Autor: Walter Sá Já é fevereiro, tem carnaval. O calor das palmas suadas, Aquece o couro dos surdos e pandeiros, Afinados com o molejo, das cadeiras da mulata. Tudo é festa Das ruas do Baixo Leblon ao Cristo Redentor, Na Marina dos barcos Aos Arcos da Lapa Em Ipanema da Banda No Arpoador Saio de bloco em bloco Na alegria das cores, do riso e das fantasias De pirata, odalisca, de bailarina ou Sultão, Vem comigo, vem dançar, no meio da multidão Coberto de confetes e serpentinas, beijo a boca De meninos e meninas São quatro dias de ilusão Não tem vez para a tristeza Nem brecha para a solidão São dias de folia, de corpo em brasa, Para acabar em cinzas, O meu coração.

Rainha do Mar

Autor: Walter Sá

Ela mora no Mar, dentro do espelho azulado,
Mira-se no infinito e reflete
Estrelas, iluminando seu vestido de espuma,
Que em brancura se
Desfaz

A mãe dos oceanos, com tantos nomes,
Oguntê, Marabô, Kayala Sobà,
Oloxum, Inaiê, Janaína,
Yemanjá,
Com tantos colares de contas, em seus cabelos,
Traz pérolas e conchas

Domina as águas desse Mundo,
Encanta os homens, ecoando seu canto agudo,
Naufraga as paixões, na escuridão profunda,
Dos desejos obscuros,
De quem se atreve
Enfrentá-la

Exceto aqueles de Fé, ela guia e salva
Pois sabe, que carregam
A Luz e emanam
A Paz, de dentro da
Alma.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A carta de adeus

Autor: Walter Sá

Sua partida
Foi como carta de despedida
Escrita com tinta de lágrimas negras
Soaram cortantes as palavras como machados
Cegos pelo desejo de matar o mal pela raiz

Depois de tantos cortes
Ficou uma enorme cicatriz
Que me lembra quantas vezes eu te quiz

Foi um soco no nariz
Foi nocaute infeliz
Sua ausência na cama
Sem você de pijama
Sem dizer que me ama

Foi dura a pena
Foi pior que quarentena
Deixou-me de alma pequena
Mas consegui levantar

Agora caminho com pernas próprias
Pela estrada da vitória
Todo o mal causado
Virou um forte aliado

Ajudou-me a te deixar de lado e
Continuar a minha história.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Jogo de amor

Autor: Walter Cunha
(música)

Meu coração sossegou.
Deu trégua à nossa luta vencida pelo teu descaso,
Cansou de bater por você.
Aprendi com a dor e morri mil vezes
E antes de cair, à tua indiferença, me rendi.

Saí do jogo, antes de usar cartas marcadas
Para não machucar meu coração amador,
Que foi teu tabuleiro e teu gramado, onde você
Deitou e rolou.

Não quero mais jogar e perder
Só entro nessa se for pra vencer
Não importa se novamente doer
Esse jogo só vale se for, entre
Eu e você

Não, não quero mais te prender
Para depois, você não dizer
Que assim, eu te faço sofrer

Nesse jogo da vida
Todos querem ganhar um prêmio,
A alegria de encontrar um amor,
Sem saber do fardo e da dor que passou.

Portas cerradas

Autor: Walter Cunha
(música)

Não há flor docemente ofertada
Nem alma quente de corpo afagado
Que traga novamente a morada do meu coração no teu.
Chaves cerraram portas, fechaduras foram trocadas,
Não tenho mais entrada,
Nem senha,
Não tenho mais nada.

Mas foi sim, foi sim, foi entrega total
Sem fim.
Eu julguei imortal o amor, que plantei em você.
Eu não quis nenhum mal, era muito normal, meu amor integral.
Mas foi, foi pesado pra ti

Esse amor que não rima com dor, como diz o poeta,
Fica assim sem sabor, sem teor.
Fica assim, sem calor
Não quero som de bolero, copo de whisky, luz de abatjour, fossa toujours
Eu queria seu jeito moderno, seu ar de mistério, seu corpo em meu sexo.

Mas foi, foi sim, ilusão natural
Não pensar que um dia,
Tudo teria um fim.

Eu sigo com esperança no acaso
Que outro amor, outro caso
A vida vai me trazer.
E um dia, sem querer, sentirei novamente, brotar a semente
Daquilo que certamente, chamarei de amor.

I’m sorry, baby, I know that’s the way…..

Sorriso concreto

Autor: Walter Cunha
(música)

Foi apenas um sorriso, de longe e nossos
Olhos nos olhos se miraram.
De concreto, só o sorriso.
No escuro, bem de perto,
Disse-me seu nome, como um segredo,
Em meu ouvido e eu permanecia atento ao seu verbo

Eu quis er você,
Isso era certo
Quis também o teu afeto.
Eu cobri de flores o teu teto, te dei meu peito, meu canto,
Meu pranto, meu Céu e girassóis abertos.

A esperança veio em seguida e
Pensei, que tudo daria certo

Durou pouco tempo e
De resto, o inferno e
Desapego, eternos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

La solitude jamais

Auteur: Walter Sá

Sans toi sans paix
Mais dans la solitude
Jamais
J’ai les souvenirs de nos affaires

En face de la mer
Ou sous une chute d’eau
Ce qui m'importe
C’est l’image de nous deux

On va reposer sur la plage
On aura le sable blanc
Et la lune pleine

Quand les oiseaux et papillons
Arriveront pour regarder
Le moment de nos corps
Enlacés

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O ciúme

Autor: Walter Sá

Forte era o gigante, que controlava
O mostro silencioso do ciúme, que há muito tempo
Morava aprisionado em mim.

Açoites da tua indiferença e o tempo,
Algozes invisíveis, incapazes de acordá-lo,
Só traziam à memória, lembranças da vida que
Dediquei a ti.

Mas, em fúria plena de dor,
Ao te ver passar com seu novo
Amor,
O monstro se libertou.

Agora, nem gigante,
Nem raio paralisante,
Conterão a ira e o desprezo,
Que dispensarei a ti.

Mil mortes a sangue frio
Outras mil tramadas fio a fio
De navalhada ao cadafalso,
Teu amor será banido.

Sem paz e sem retiro,
Lembrarás do mal cometido,
A quem só te deu amor e abrigo.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Um canto à Lua

Autor: Walter Sá

Da varanda vejo um quarto crescente
Iluminado
Essa luz nos meus olhos
Revela a beleza do que vejo

Um simples lampejo
Uma faísca de amor
Que ascende em mim
O desejo

De ter a rua
Teu sexo e teu beijo

Agora no céu de todos
Os janeiros
Quando além do Sol
Brilha a Lua seu espelho

Onde a gente se mira e se
Afoga o ano inteiro

Eu falo

Autor: Walter Sá

Você quer eu trago
Mas não é desse lado
Nem do outro
É de dentro não de fora
Do buraco
É para cima não para baixo
Ereto talo
Se soltar eu esculacho
E se você calar
Eu falo
Não tardo nem falho
Não sou amor
Só caralho