Autor: Walter Sá
No fim da tarde cinzenta, pousam corvos,
Nos fios tensos dos meus nervos enferrujados.
O frio cortante, que atravessa a carne, fere a pele
De asno com a qual me visto, enquanto os pássaros negros
Espreitam minha carniça, até o fim da noite sem fim.
Fujo dos pingos incessantes das lágrimas do teu riso
E fecho a porta do calabouço dos esquecidos.
Trancado, revejo o medo e a solidão, algozes desse cárcere, que
Há em mim.
Aos gritos, sufocando a garganta pelo silêncio, permito que ouças
As pragas que roguei a ti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário