segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Palavras engasgadas



 Autor:
Walter Sá
Sem asas, eu sou vento,
Sem nave, eu invento
Um lugar no espaço e no tempo.
Sem saudade,
No futuro da nova
Vertigem, velha miragem
De alguém nú, deserto sem paisagem,
Caminhos sem esperanças de chegada,
Lembranças sem alianças de palavras
Distantes, caladas na garganta, balas 
Engasgadas.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Era um troço...

Autor: Walter Sá



Era um troço que me revirava do avesso
Deixava esmorecido o corpo
Aliviava a alma do peso
Agora entendo porque tanto apego
Sem forças para um recomeço
Sem reconhecer  as  entranhas
Aprendendo novas manhas
Ainda com medo de outro arremesso
Do corpo ao nada desconhecido
Início de um novo caminho ao precipício
Abismo revivido do amor ao gozo
Do choro vertido em lágrimas
De dores (dis)sabores e risos
Foi assim desde o começo
Um laço uma armadilha, um preço
Paguei prendas, fiz oferendas e no fim 
Sozinho renascendo em versos linhas
Tecendo sentimentos que por força
Esqueço

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Antes fosse só tinta



 Autor: Walter Sá
 
Antes fosse só tinta, papel  e rima,
Mas não, é dor, que rasga e fere, às vezes, queima como
Brasa em pele fina  ou desatina como raio de luz na retina que
Cega e desorienta, deixa sem rastros, pistas ou migalhas, pela estrada,
Apaga o mapa da mina.
Há dias que nem sol, flores e primavera,
Nem elixir, porção mágica ou sala de espera
Cessam a angústia traduzida nessa falta explícita
Da tua matéria.
Ausência permanente, fim do fim se acelera em morte
Lenta para que possas enfim, ver a cor pálida da minha alma
Etérea.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Uns tempos, outros ventos (ao meu amigo Jhon Helder)



 Autor: Walter Sá

Uns tempos, outros ventos que sopram horas, espalham sentimentos.
Não pare, sinta a brisa e siga, veja, por um momento, tudo muda e vira movimento.
Os passos, dentro desse compasso, passam rápidos e lentamente, deixam
Marcadas, pegadas de pisadas fortes, no solo vermelho sangue, onde você teve leito
E acolhimento.
Passou o passado do futuro, no presente te darei minha ausência ou minha falsa presença, assim, poderás conviver com o silêncio da minha fala, na vala vazia da tua existência.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

terça-feira, 20 de agosto de 2013

vingt août

Auteur: Walter Sá

Aujourd'hui, vingt août , un mil et neuf cents quatre-vingt-un
Il est née un terrible garçon,  beau comme un Dieu,
Il  a grandi et s’est devenu un grand homme
Je l’ai connu ça fait longtemps,
Mais la vie et leur rêves l'ont conduit au loin
Je l’ai gardé  dans mon coeur et dans ma tête,
Il est à tous instants.
Peut-être qu'un jour  nous allons nous rencontrer au quelque coin
De la vie, dans lieu où les  gens ne peuvent pas imaginer,
Au but de nous  revoir dans les yeux  et avec bien verité
Pouvoir  nous embrasser  sans  nous  nous ne souvenir pas d’un triste
Passé.
Je voudrais le dire seulement joyeux anniversaire et que je vais toujours t'aimer

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Um papo sem nexo


Autor: Walter Sá

A tarde não estava quente

Havia o silêncio da sesta

E o branco do algodão

Entre nossas pernas

A leveza dos gestos

Suavizava a fala

Sobre a cama o quarto

Exalava  sexo

Uma pausa um cigarro

Um café novamente

Gemidos grunhidos

Um papo sem nexo

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Dedos aflitos de mãos pequenas


Autor: Walter Sá

Dedos aflitos na ânsia de escrever
O que não deve ser dito
Rabiscam sinais precisos
Numa linguagem codificada em
Sucessivos delírios
São repetidos versos de amor e de saudade
Transcrevo-os como pássaros ao vento
Tornados em preces poemas
Em pragas ou xingamentos
Voam mas não alcançam seus
Sentimentos
Distante lá na terra dos sonhos embalado
Por visões serenas é quando descanso a pena
Já afogada em tinta e sem força um desejo
Apenas dizer que no Mundo não há quem te ame mais
Do que o dono destas mãos pequenas