quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sem tempo para ter tempo.

Autor: Walter Sá

Parar o tempo, voltar no tempo, prever o tempo futuro. Estamos sempre tentando de algum modo manipular o tempo e raramente conseguimos viver no presente. A mídia vende uma juventude eterna, a tecnologia todos os dias avança em direção ao futuro e na pressa frenética do dia-a-dia não nos damos mais conta da passagem das horas, o dia voa e nunca temos tempo suficiente para executar tudo que desejamos.

Ter tempo para sonhar, para observar ou simplesmente para não fazer nada já quase não existe. Mesmo nas horas de descanso ou lazer o tempo tem que ser consumido de forma que você sinta que não perdeu tempo. Outra preocupação é como ganhar tempo. Mas para que? Se não há tempo para gastar?

O tempo também é dinheiro, perdê-lo ou ganhá-lo é de suma importância para a economia. Isso gera ansiedade e estresse no cotidiano das pessoas, que estão sempre correndo contra o tempo.

No mundo contemporâneo, para algumas pessoas, ter tempo é sinônimo de luxo. A vida é curta, dizemos isso quando achamos que não estamos aproveitando-a como deveríamos. O trabalho em busca de riqueza e prosperidade acaba sendo a prioridade da maioria das pessoas e o tempo para si, para se dedicar às pessoas queridas, para sonhos pessoais, fica cada vez menor.

Essa velocidade só altera nossa percepção de nós mesmos e daquilo que realmente desejamos e nos leva à ilusão de que temos tempo para aproveitar o tempo.




A força que mora na água

Autor: Walter Sá

Joca acorda com o Sol, às vezes, antes dele. Pescador desde que se entende por gente, todo dia cumpre uma rotina de multiplicar peixes e não deixa faltar na mesa, o sustento da família. Era mais um dia, na vida de quase trinta anos de pescaria. Joca arrumou as coisas e saiu sozinho para o mar, seu segundo lar. O dia estava tranqüilo, o mar pouco agitado e o céu naquele azul profundo e silencioso que nos faz querer ser pássaro. Joca preparava-se para jogar a rede ao mar, quando de repente sentiu um solavanco na proa do saveiro e virou-se rapidamente para averiguar.Não acreditou no que viu. Um cardume de golfinhos fazia um cortejo para a embarcação e tentavam com saltos e sons estranhos, dizer algo ou indicar um caminho. Rapidamente, Joca pegou o leme, mudou a direção da vela e sem pensar, seguiu o cardume. Havia um, na frente de todos, que saltava e emitia sons que Joca não compreendia, mas suspeitava que era uma forma de comunicação. Passou quase uma hora navegando para um lado da costa que ele nunca havia ido, pois para aquelas bandas a pesca não era boa. Impressionado com a rapidez do cardume, não percebeu que havia entrado por um braço de mar que invadia a costa e dava numa espécie de baía com águas calmas. Ao chegar ali com o saveiro, o cardume parou de nadar e com movimentos coordenados, em duplas, começaram a emergir os corpos fora d’água, girando e se lançando no ar. Joca não resistiu e com receio se jogou na água, aceitando o convite dos novos companheiros. Deu um mergulho profundo. Viu que submersos, estavam mais de dez golfinhos brincando e rodopiando embaixo do saveiro. O pescador nunca havia experimentado nada parecido em toda a sua vida. Anos trabalhando no mar e nunca obteve dele momentos de prazer como aquele. Admirava o mar, tinha grande respeito por essa imensidão, mas nunca havia estado assim, em total comunhão com aquele que era o provedor de sua subsistência. Ele brincava como criança com os golfinhos, que não paravam de dançar em torno dele. Muito tempo depois, o pescador já exausto decidiu sair da água e descansar um pouco na areia. Joca estirou-se embaixo de uma sombra e adormeceu. Dormiu profundamente. No sonho, uma mulher linda e coberta de luz apareceu sentada ao seu lado, no saveiro de todo dia. A mulher calmamente disse-lhe em tom de sussurro. Vamos dançar, Joca? Sem voz e sem palavras para responder, levantou-se. Sem saber dançar e sem saber quem era aquela mulher, aceitou o convite. Em cima do saveiro, os dois dançaram embalados por sons marinhos. O vento, as ondas, os peixes, tudo em volta emitia sons que o embriagavam. Ele, entregue à sensação, deixava-se conduzir pelos movimentos vertiginosos que aceleravam a cada compasso. Em seguida, subitamente, Joca acordou e ainda embriagado pelas sensações do sonho, procurou a mulher que parecia real. Olhou ao redor. Não viu ninguém. Somente quando se levantou, percebeu na areia algumas pegadas ao lado das suas, um rastro paralelo ao seu que vinha do mar. Começou a chamar por alguém, o silêncio foi a resposta. Intrigado e assustado, Joca retornou ao saveiro. Já era quase fim de tarde e se não se apressasse em voltar, não chegaria a tempo do jantar e ainda enfrentaria o mar à noite, por aquela região que não conhecia.

No saveiro, o pescador percebeu que a rede estava na água e lembrou-se que até agora não havia pescado nada. O dia estava acabando e ainda teria que conseguir algum pescado para o jantar. Apressadamente, Joca puxou a rede e para a sua surpresa, estava cheia de peixes. Mas, o que mais o impressionou foi o brilho que emanava das escamas, uma luz prateada de um tipo de peixe que ele desconhecia. Arrumou tudo no saveiro, pegou o leme e seguiu de volta pra casa. Quando chegou, Joca foi recebido pela esposa, filhos e uma festa na aldeia. Ele havia esquecido, os pescadores comemoravam o dia de Iemanjá.



La fin d’illusion

Auteur: Walter Sá

À la plage, dans la mer, les vagues sont plus fortes que les marins.
À la cage d’illusions qu’était t’aimer, mon âme mourait chaque matin

Comme le naufragé nage en cherchant le sol
Je suis fatigué de te chercher et de ne pas te retrouver
Où l’aimant rebuté pleure par l’amour perdu
Je lasse mon vieux coeur parti

Je vivais emprisoné dans l’illusion de t’avoir près de moi encore
Et je m’oubliais dans le temps où je suis rester dans l’ombre
De la grande obscurité de l’amour rebuté

Maintenant le changement est en train d’arriver
Et tous les chagrins vont disparaîtrent en emportant
La lumière encore dans mon coeur.

Veja aí

Autor: Walter Cunha

Veja aí com essa turma de bambas se essa bossa dá samba
Se ainda há chama que se ascende por mim
Veja aí se é pirraça, se é fofoca da praça, você ficar longe de mim

Não suporto essa fossa que invade o meu dia
É só nostalgia, quase um samba ruim

Diga aí se mereço pagar esse preço tão alto
Pra você me querer, meu amor

Eu não desço do salto, não me espalho no asfalto
Por te amar demais
Fui capaz de te perdoar e não olhar pra trás
Cada vez que você errou
E me magoou

Veja aí, se eu não tenho razão
O destino é assim
Um dia a gente é flor, no outro é espinho, meu amor

Diga aí se a vida não é assim
Um dia como passarinho a gente faz ninho e beija-flor
No outro, triste e sozinho, se dorme com a dor.

Calor de pedra de cantaria

Autor: Walter Sá

É com o calor escaldante das pedras de cantaria, das calçadas e ruas desertas, logo após a chuva tropical de todas as tardes, que aqueço coração e alma, livrando-me do peso da sua ausência, inalando o aroma quente que exala da terra molhada,

Presença inegável da natureza, que invade meus sentidos, embriagando-me de outros prazeres, longe da vontade de sua companhia.

Mato, areia, mar e sol
Chuva, riso, amor e lençol
De pouco ao muito, sem pressa
Sem muito papo, nem conversa

Só com o olhar, dizer o que resta
Lembrar de você, só na hora certa
Afinal, o passado nem volta, nem interessa.

É com o calor escaldante das pedras de cantaria que cantarás
Outros desejos, que violará meus selos, de amor antigo.
Nas calçadas e ruas desertas da cidade envelhecida, nos muros de imagens desgastadas de cartazes,
De filmes que não vi, assim será mais vivo na lembrança, assim será mais leve na distância.

Amar somente o que posso ter entre os dentes,
Somente o que posso sentir, o calor ardente das pedras,
Dos cantos das ruas quentes e desertas de sentidos.
Amar somente de longe, porque de perto é indevido.

La fille ailée

Auteur: Walter Sá

Les oiseaux ne sont ni femmes ni hommes
Les oiseaux qui volent sur ton ventre jusqu’à tes époules
N’ont pas du nom

Ils volent sur ton corps avec l’âme libre
Vers tes rêves dans ta tête

La lumière du Soleil qui t’encourage, reste sur toi et montre l’éclat
Dans tes yeux

La fille blanche qui cherche la paix
Tes ailes sont plus rapide que tes pieds

Vole, vole au sommet des Andes et emmene ton coeur
Pour connaître les mystères de la montagne

Reviens-en et raconte-moi tous le plaisir de savoir
Voler sans décoller le corps du sol.

De repente, passou

autor: Walter Sá

É assim, de repente o tempo passou
O que fica e se fica é aquilo que o coração registrou,
Sentiu, pulsou
Mas isso também, já passou.

Agora só lembrança no peito que tanto sentiu e se entregou
ao trabalho do amor.
Só dor e tristeza, a saudade sobrou
E meu coração sangrou quando tudo acabou.

Não, agora não quero mais lembrança, nem esperança, nem sangue, nem flor
Quero tudo de novo
Brincar como criança e descobrir, que o tempo,
Certamente trará novas lembranças
Horas alegres e tristes, afinal, não é assim o amor?

É assim, de repente, tudo muda
Dentro da gente.
O dissabor se vai e coração já nem se lembra da dor (refrão)

Novamente transborda,
O corpo faz festa, ao encontrar outro corpo, o laço, o abraço
O gozo, em fogo,
Dois amantes,
Novamente, labareda e calor
Que queima consumindo, fullgás
Aquilo, que é novo e daqui a pouco,
Findou.

Antes que seja dia

Autor: Walter Sá 
 
Antes que fosse dia, pela casa insólita, andei com saudade do amor.
Antes que fosse dia, que o cantar do galo anuncia, em sonho, encontrei contigo.
Não apressei a aurora, aguardei a hora imprecisa do teu sorriso raiar. 
Melancolia partiu. Cedinho, transbordei alegria.
De súbito, do sonho acordei, numa cama vazia.
Ouvi o galo cantar três vezes e te neguei mais que podia.
De manhã, minha alma permaneceu
Na sala, à espera das horas tardias para
Novamente, sonhar e antes que seja dia
Calar o canto do galo, interditar madrugada fria.



 

A Esperança não está no sonho

Autor: Walter Sá

A sexta-feira tinha sido cansativa. Após o trabalho, Vinícius foi direto para casa. Ao chegar, tirou a roupa, aos poucos. Primeiro os sapatos, depois as meias, a camisa e permaneceu somente com as calças. Foi até a geladeira, pegou uma long nek e sentou-se no sofá para ouvir música e relaxar um pouco. O cansaço e o leve torpor do álcool, logo o fizeram adormecer ali mesmo, na sala. Sonhos confusos e o desconforto da poltrona não o deixaram dormir por muito tempo. Ao acordar, percebeu que ainda era cedo e decidiu que sairia para se divertir, afinal, ele merecia um pouco de lazer, após uma semana estressante de trabalho. Antes de decidir para onde iria, Vinícius foi até a sacada do apartamento e ouviu o burburinho que vinha da rua. Os bares estavam lotados. A noite, apesar de fria, estava animada. Era mês de agosto, o inverno estava rigoroso, mas o calor da animação o impulsionava para mais uma balada.

Vinicius pegou outra long nek, aumentou o som e deu início ao ritual de embelezamento, hoje em dia, muito comum entre os homens. Durante o banho começou a se lembrar do sonho que acabara de ter, enquanto relaxava no sofá. Ele sonhou que estava numa festa e que ali, no meio de todos, na pista de dança, encontrava com uma garota. Ela era baixinha, tinha cabelos curtos e na face, um sorriso franco e amistoso. Eles se aproximavam, começavam a conversar e quando ele ia perguntar o nome dela, subitamente, o som da pista aumentava e ele não conseguia escutar o que ela dizia. A cena se repetia inúmeras vezes, até que ele despertou. Era tudo que se lembrava.

O banho foi demorado e Vinícius, distraído com as lembranças do sonho, nem percebeu que o telefone havia tocado. Não conseguiu ver de quem havia sido a chamada, era um número não identificado. Seguiu para o quarto, agora era a vez do look. Com que roupa eu vou?Perguntou-se e riu sozinho, lembrando-se do samba de Noel Rosa. Riu mais ainda, quando se deu conta de que não são somente as mulheres que ficam indecisas, nessa hora. Escolheu o melhor jeans e uma camisa nova, colocou e tirou vários modelos de sapatos e por fim, decidiu-se por um tênis meio surrado, ideal para aquele visual mais despojado que ele buscava.

O destino era o baixo-Augusta, no centro da cidade. A rua costuma ficar lotada aos fins de semana. Bares, clubs e saunas de prostituição disputam os passantes nas calçadas. As ofertas são variadas, sexo, drogas e outras diversões estão na lista de produtos facilmente encontrados. Para Vinícius, a noite seria de puro hedonismo. A intenção era dançar, beber e conversar com pessoas desconhecidas, se jogar literalmente, sem receios do que estaria por vir. Entrou e saiu de vários botecos. Depois de algumas doses de catuaba, resolveu entrar no Club Vegas para ver alguns amigos, dançar e azarar alguém. O som estava ótimo, às sextas-feira, o público que freqüenta o club é GLS. O clima da festa nessa noite é muito mais interessante. Vinícius não tinha preconceitos e gostava de experimentar novas situações.

Assim que entrou no club, ele deu de cara com uns amigos perto do balcão do bar. Parou para cumprimentá-los e deu uma olhada geral no ambiente. Um deles falou: “te ligamos mais cedo, mas seu telefone deu na caixa postal e não deixamos recado”. “Eu vi que alguém tinha ligado, mas não deu pra ver de quem era o número”- respondeu Vinícius. “Claro que não! nós usamos o telefone de uma amiga que conhecemos hoje e está aqui com a gente. Ela foi ao banheiro, uma gatinha”! “Pô, ainda bem que nos encontramos”, respondeu Vinicius! A pista estava cheia e animada, como no sonho que tivera, antes de sair de casa.

Em seguida, Vinicius pegou o drink e foi se arriscar na pista à procura de alguém para juntos, terminarem a balada. Ele já conhecia o club e sabia qual era o melhor lugar para ficar e ter uma visão geral do ambiente. No momento seguinte, ele não acreditou quando viu à sua frente, dançando sozinha, uma garota extremamente parecida com aquela do seu sonho. Ao mesmo tempo surpreso e curioso, ele não resistiu e deu uma olhada incisiva na direção dela. Ela, imediatamente percebeu o olhar dele, sorriu também e se afastou um pouco para que ele pudesse se aproximar e iniciar uma conversa.

Olá, boa noite, tudo bem? Falou quase gritando. Ela respondeu afirmativamente com um gesto de cabeça e o convidou para irem buscar algo no bar. Dirigiram-se os dois para o balcão, onde os amigos dele ainda estavam tomando todas. Tudo parecia uma grande coincidência, a amiga que ele acabara de conhecer, era também a amiga dos rapazes, aquela que tinha ido ao banheiro e dona do telefone que eles haviam usado para telefonar para Vinicius. Nossa, vocês já se conheceram, perguntou surpreso, um dos amigos de Vinicius. Ainda não, acabamos de nos encontrar na pista e resolvemos vir tomar um drink. Então, vamos às formalidades, Vinicius esta é a Esperança, amiga que nós conhecemos ali, no bar Z Carniceria. A partir disso, os dois afastaram-se do grupo e engataram uma conversa sem fim. Parecia que já se conheciam há muito tempo.

Os assuntos foram os mais variados. Música, filmes, psicanálise, política e até religião foram discutidos de forma muito superficial, mas que dava argumentos para esticar a conversa. A balada já estava quase no fim, quando ele sugeriu uma esticada, no after hours, em outro club. Esperança, apesar de ter ficado muito interessada no convite, conseguiu decliná-lo. Ela já estava cansada e no dia seguinte tinha que viajar para visitar seus pais, no interior. Mas, logo após a justificativa, fez questão de dar o número do seu celular para que Vinícius pudesse telefonar depois, na segunda-feira. Combinaram de se encontrar, ver um filme ou simplesmente comer alguma coisa e continuar aquele papo interessante sobre as afinidades. Durante o tempo, que ficaram juntos, não se beijaram e nem houve uma intenção sexual explícita por nenhuma das partes.

O fim de semana foi longo para ele, mas Vinícius conseguiu segurar a ansiedade. Chegou segunda-feira e até às 17 horas ele não havia ligado. Ele sentia vontade de ligar, mas na hora que pegava o telefone, desistia repentinamente, sem saber muito bem o motivo da hesitação. Ao fim do expediente, resolveu que ligaria de qualquer jeito e assim, finalmente o fez. Tentou algumas vezes e Esperança não atendeu. Desistiu de falar comigo, ele pensou. Mas, como ele não era de ficar marcando touca, já ligou para um dos amigos da balada, o Rafael, que também conheceu a Esperança, sexta-feira, a fim de saber mais sobre a moça.

Rafael é calmo, discreto e, dos caras da turma, é o que Vinícius mais tem afinidades. Às vezes, saem só os dois e fazem programas diferentes de baladas e farras. Há uma sintonia maior entre eles, os dois gostam de artes plásticas, cinema, música e esportes em geral. Parecem irmãos. Ele saberia algo há mais ou teria uma opinião sobre a Esperança.

Alô, Rafa, tudo bem? Então cara, lembra da mina que nós encontramos sexta-feira, na balada? Putz, cara fiquei de ligar para ela hoje, liguei e ela não atendeu! Você sabe mais a respeito dela? Fiquei curioso sobre a garota. Olha só, disse Rafael, pelo que sei, ela é psicanalista e namora uma menina, o nome da namorada dela é Valéria. O que? Jura? Disse Vinicius. Pois é, na hora que vi vocês dois dançando, na maior intimidade, não entendi a situação, mas hoje em dia, tá todo mundo pegando todo mundo, que achei que nem você e nem ela, se importasse com isso. Sim, de fato não me importo e acho até interessante novas experiências, você tá ligado que não sou tão careta assim. A resposta de Vinicius soou de modo diferente aos ouvidos de Rafael. Ele, há muito tempo guarda um carinho velado, especial, pelo amigo, embora nunca o tenha verbalizado e tão pouco, tenha dado bandeira para que alguém tivesse desconfiado. A ligação terminou com a pergunta de Vinicius, e você, o que achou? Curtiu a Esperança? Rafael por alguns segundos ficou mudo, em seguida respondeu, sim, já a conhecia de vista, das baladas da Augusta, além de bonita, ela é inteligente, ouvi alguns trechos da conversa de vocês, como te falei, ela estuda psicanálise, não é? Sim acho que é isso sim respondeu, Vinicius. Bom, então até mais Rafa, nos falamos durante a semana. Até mais Vini.

A segunda-feira terminou e Vinicius voltou para casa, ao chegar colocou um disco de Cibelle para tocar e escolheu a música, Phoenix. Sentou-se no sofá ascendeu um baseado e ficou pensando na garota, no fim de semana e na maneira que acabou a conversa com Rafael sobre a Esperança. Pensou bastante e decidiu que não ligaria mais, afinal seu número estava registrado no celular dela, se houvesse interesse, ela retornaria a ligação. Tomou um banho, se trocou e comeu alguma coisa antes de dormir.

O sono chegou e com ele outro sonho. Vinicius começa a sonhar com a mesma cena do sonho anterior, confusão, pista de dança, boate, só que dessa vez não é a Esperança que aparece em seu sonho e nem outra garota qualquer, mas sim o seu melhor amigo, Rafael, sorrindo de longe e olhando, fixamente para ele.


Autre Amour

auteur: Walter Sá

Vous n’êtes déjà plus important pour moi
Et mon coeur ne s’accélère plus quand vous apparaissez
Maintenant je pense seulement à vous oublier
Je veux suivre mon chemin sans vous à mes côtes
Je veux une autre vie, autre fois, rencontrer l’amour et
Suivre juste mon coeur cherchant la paix d’outre mer
Je veux le calme de la plage
En fin d’aprés midi quand les bateaux reviennent au quai
et le Soleil qui se couche derrière la montange
Je veux le son du vent dans mes ouïes,
Fermer mes yeux et ne plus regarder ce qui me rappelle mon passé
Voir les oiseaux rentrer sur les arbres
Avant que le soir tombeSentir l’odeur du jasmin
Et dans mes bras, doucement, une autre personne,
Enlacée.