terça-feira, 2 de outubro de 2012

Um anjo chamado ninguém

Autor: walter Sá

Ele chegou e trouxe novamente o brilho
Aos olhos meus, cessando a dor de um triste adeus.
Ele dançou comigo e desenhou com nossos passos,
Um novo mapa, no espaço vazio
Do meu coração, onde agora brota alegria,
Que anima meu dia e tira meus pés do chão.
Encontrei a luz, que há muito tempo eu buscava refletida
Nos olhos de alguém, no meio da estrada,
Na longa caminhada, sem saber quem.

Não pediu nada, nem vintém,
Não era príncipe, nem sapo,
Nem rei, nem plebeu,
Nem réu, nem carrasco,
Apenas um anjo, chamado ninguém.  


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Os sinais de agora

Autor: Walter Sá

Clarão, corisco no céu, cortou o ar até o chão,
Em seguida, a voz alta do trovão, falou firme
Dizendo, agora sim, vai ter água no sertão.

Não é milagre, nem foi oração.
Não será também a salvação.
As tempestades que virão, serão obras
Nossas, meu irmão.

Vai desmatando tudo, queima floresta, mata bicho
Mata índio e depois quer premiação!

A natureza dará o prêmio merecido.
Vai ficar gente sem comer, sem beber,
Derretendo de calor ou congelando de frio.

Ira de mãe vingativa, que não conhece o perdão.
Faz tremer o chão, a terra se abrir e fogo cuspir,
Faz o vento varrer, a onda subir, o mar invadir e tudo engolir.
E não quer nem saber se é rico ou pobre, se é branco ou negão.

Fica esperto e não ignora os sinais de agora,
Que o futuro previsto, não se demora, não!