Desilusão

Autor: Walter Sá

 

Era um domingo chuvoso, era novembro.

Estava em casa, eu te aguardava,

Eu bem me lembro.

De súbito o telefonema,

A voz dizia, calmamente, preciso de um tempo.

Senti o fio frio das palavras, no segundo momento,

Como navalha cortando os vínculos, o sentimento.

Paralisado, sem pernas e chão, lancei-me no abismo

Escuro da solidão.

Exilado em mim, no cárcere do teu coração, descobri,

Que ao me abandonar, foi você quem perdeu a razão.

Sem verdades no olhar, sem palavras de amor, vives agora,

No passado distante, que a memória guardou como desilusão.

Palavras que nunca diremos

Autor: Walter Sá

É como brisa leve no rosto, como pluma suave na pele

Tua presença me alegra meu coração acelera e um sorriso se faz

Mas você veio na hora incerta, feito surpresa, como um devaneio

Que às vezes, a vida nos traz

Um olhar, um gesto é tudo que temos

Palavras que certamente nunca diremos

Um sentimento guardado, um segredo de um tempo

Quando fomos livres como nuvens ao vento

Lembro desses momentos com alegria e alguma nostalgia

Sentimentos foram contidos, de longe foram vividos,

Sem nos machucar e nem violar o abrigo

Dos amores proibidos.