terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Rei desterrado

Autor: Walter Sá

A tua oratória é demais contraditória
Ecos de palavras malditas
São os sons dos teus nãos dizendo sim
Para os teus medos
Sufocando tua garganta aflita

Como Rei desterrado
Onde está agora teu espaço desejado
Teu Reino, onde estão os que te amam
Verdadeiramente

Ah, não sabes, porque só reconheces
Aquele, que te mente, teu espelho,
Que julgas transparente
Narciso desejando seu reflexo
Urgente

Mal sabes tu, que a vida é um moinho de gente,
Que revira tudo e reduz a pó, às vezes, os sonhos
Da gente

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Je suis un glaneur

Auteur: Walter Sá

Je suis un glaneur de sentiments
Ceux qui sont dépensés par le temps
Qui sont oubliés et deviennent seulement des
Souvenirs

Je suis um glaneur des idées abandonées
Qui sont celles inachavées, qu’attendent l’heure
Juste à venir

Je regarde le fleuve qui court, la nuage qui passe,
La mèr et le ciel et tout le paysage
J’aime les fleurs et des abeilles, je bois le miel
Je cuille ces images et me souviens de ton visage

Mais je suis principalement un glaneur d’espoire
Qui ne se fatigue jamais et marche fier dans les
Changements de la vie et ses nouveux chemins
Mais surtout, je suis un glaneur de l’amour qu’il y a dans mon
Coeur d'enfant.

Calado

Autor: Walter Sá

Calado, de longe falo
Silêncio, que preenche o espaço
Nada de voz, de letra ou qualquer rabiscado

Só beijo de morte no asfalto, restou
Grito contido de bezerro desmamado,
Quando foste embora sem olhar para trás,
Coração gelado

Mudo permaneço ao lado
Do amor distante, velado
Intenso, calado

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sem rumo

Auror: Walter Sá

Sem esquecer teu riso de descaso,
Sem perder a coragem,
Lembro de Teseu, do fio de Ariadne
E revisito os labirintos da floresta
Escura, que tenho escondida no fundo
Da alma

Neles revejo os escombros,
Que ficaram após as batalhas travadas
Contra o silêncio e a distância, que me
Impuseste, sem fala.

E na guerra de acertos e erros, examino
Os detalhes e desfaço o novelo,
Que esqueci de tecer, com as dores, que senti
Por teu desprezo.

Esse cenário sombrio me lembra o esforço,
Que fiz para sair da lama fria e do poço
Fundo, que me deixastes,
Quando fostes buscar, outros corpos
Quando sem tua presença, fiquei
Sem rumo.

Trilha abandonada

Autor: Walter Sá

Difícil é desfazer o mapa
Das rotas, que levavam ao teu corpo.
Apagar da memória as linhas
E contornos da tua geografia.

Não quiz esquecer, nem por um dia,
Os caminhos, que me conduziram ao teu
Coração, nem dos prazeres da aventura,
Do êxtase e do teu tesão

Mas foste tu, que tomaste outro sentido,
Pegaste outra estrada, levando na bagagem
Minha alma, que ficou sem nada,

Só e vazio, continuo a caminhada, tentando achar uma
Picada, que me leve de volta à trilha perdida e
Abandonada, em meu coração.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A chuva

Autor: Walter Sá

A chuva cai e traz aromas de terra molhada,
De mato verde, do bairro da minha infância
E inunda de lembranças e sensações minha alma

De quando era criança arteira, correndo pelas ruas
Com a molecada, procurando cachoeiras imaginárias
Nas bicas cheias, nas calhas das casas

A chuva também tinha seu lado mistério
Perigos, que me assustavam
Sombras, sons e silêncios
Nas horas noturnas, na madrugada

Raios riscavam o Céu,
Ilustrando sonoras trovoadas,
Parecia guerra de deuses,
Mas era só natureza,
Mais nada.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Farsa Infeliz

Autor: Walter Sá

A máscara cai quando a cena é fraca
E a farsa é revelada diante da platéia
Pasma

Teu personagem dissimulado
Persiste mesmo em face à revelação
Tenta comover o público
Sem conseguir atenção

Lembro do primeiro ato
Uma história de amor, de fato
Parecia clássico com final feliz

Mas não era boa a atriz
Foi por um triz que
Quase deixei meu coração
Infeliz

O pano desceu, sem aplausos
Nem flores no camarim
Seu número chegou ao fim

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Em fevereiro tem carnaval

Autor: Walter Sá Já é fevereiro, tem carnaval. O calor das palmas suadas, Aquece o couro dos surdos e pandeiros, Afinados com o molejo, das cadeiras da mulata. Tudo é festa Das ruas do Baixo Leblon ao Cristo Redentor, Na Marina dos barcos Aos Arcos da Lapa Em Ipanema da Banda No Arpoador Saio de bloco em bloco Na alegria das cores, do riso e das fantasias De pirata, odalisca, de bailarina ou Sultão, Vem comigo, vem dançar, no meio da multidão Coberto de confetes e serpentinas, beijo a boca De meninos e meninas São quatro dias de ilusão Não tem vez para a tristeza Nem brecha para a solidão São dias de folia, de corpo em brasa, Para acabar em cinzas, O meu coração.

Rainha do Mar

Autor: Walter Sá

Ela mora no Mar, dentro do espelho azulado,
Mira-se no infinito e reflete
Estrelas, iluminando seu vestido de espuma,
Que em brancura se
Desfaz

A mãe dos oceanos, com tantos nomes,
Oguntê, Marabô, Kayala Sobà,
Oloxum, Inaiê, Janaína,
Yemanjá,
Com tantos colares de contas, em seus cabelos,
Traz pérolas e conchas

Domina as águas desse Mundo,
Encanta os homens, ecoando seu canto agudo,
Naufraga as paixões, na escuridão profunda,
Dos desejos obscuros,
De quem se atreve
Enfrentá-la

Exceto aqueles de Fé, ela guia e salva
Pois sabe, que carregam
A Luz e emanam
A Paz, de dentro da
Alma.