Autor: Walter Sá
Clarão, corisco no céu, cortou o ar até o chão,
Em seguida, a voz alta do trovão, falou firme
Dizendo, agora sim, vai ter água no sertão.
Não é milagre, nem foi oração.
Não será também a salvação.
As tempestades que virão, serão obras
Nossas, meu irmão.
Vai desmatando tudo, queima floresta, mata bicho
Mata índio e depois quer premiação!
A natureza dará o prêmio merecido.
Vai ficar gente sem comer, sem beber,
Derretendo de calor ou congelando de frio.
Ira de mãe vingativa, que não conhece o perdão.
Faz tremer o chão, a terra se abrir e fogo cuspir,
Faz o vento varrer, a onda subir, o mar invadir e tudo engolir.
E não quer nem saber se é rico ou pobre, se é branco ou negão.
Fica esperto e não ignora os sinais de agora,
Que o futuro previsto, não se demora, não!
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