quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cena noturna


Cena Noturna
Autor: Walter Sá

No quarto insone
Sentada à beira do abismo, entre a cama e a porta aberta
Fixo olhar no infinito vão do corredor deserto e sombrio
Madrugada silêncio, pequenas porções de alívio,
Choro, solidão e lençol.
A cena noturna congela, há somente eu e a vela
Trêmula pelo fio de vento frio, que sopra pela janela,
Moldura do inverno.
O dia chega, no silêncio, escuto os ecos do riso falso do meu coração,
Enquanto, aos golpes de cutelo,
Corto dedos ágeis, que tentam libertar
Idéias pelas palavras enviesadas do pensamento.
Levanto a cabeça e dou graças ao Tempo.

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