sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Vôo para São Luís do Maranhão

Autor: Walter Sá

Avião, pássaro de ferro,
Mergulho no espelho da Terra, infinito.
Homem rã de um mar de nuvens de brancura espessa, densa

Fito o finito traçado de linhas na terra, mapas riscados no solo
Que moro, que morro
Passo em minutos cortando imensidão à frente até chegar
Minúsculo lugar, maiúsculo lar

Upaon-Açu, cheiro de Mar
Upaon-Açu, cheiros no ar
Do Desterro
Do lampejo, do gás do candeeiro
Do metano lagoano o ano inteiro

O cheiro do suor humano, da carne mundana
Das comidas das festas dos Santos
Das bebidas das festas Profanas
Do hálito quente das pedras de cantaria depois da chuva
E das palafitas do Sá Viana, na casa de Maria Joana.

Já é tarde, logo será noite na minha lembrança,
Fostes e serás, minha Ilha, sempre um ímã nos meus pés de
Criança

Um comentário:

  1. Walter,

    Ao ler este texto, me remeteu automaticamente àqueles grandes autores que têm uma capacidade singular de explorar o Brasil e mostrar um ângulo diferente do Redentor.
    Viajei junto, parabéns!

    Abraços,

    Amanda

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