terça-feira, 30 de abril de 2013

Queria tanto

Autor: Walter Sá

Queria tanto te encontrar,
Para te contar histórias e cantar memórias,
Queria tanto te escutar cantar poemas
E contar dezenas de verdades pequenas,
Do tipo, te amo.
Como nos velhos contos, nosso encontro,
Ser a força tensa, que rege a trama, que faz
Chorar, o drama.
Por favor, ultrapasse a faixa e
Pise na grama fértil do meu coração.
Chegue perto, não digas nada.
Nesse momento, sejamos apenas, emoção.

Enquanto falo sozinho

Autor: Walter Sá

Enquanto falo sozinho, palavras de amor ao vento, sem ecos.
Você, coração de pedra, permanece em silêncio,
Alheio ao meu verbo, indiferente aos meus atos.
Que importa agora, ver teu retrato por janelas, que emolduram os fatos?
Eu, ainda te amando, você voltando para outros braços,
Como o triste fim, de um caso de amor não amado.

Sozinho, no Bar do Estadão

Autor: Walter Sá

Dizer tudo, que na verdade eu queria, poderia doer...
Melhor esquecer. Meu olhar não foi bastante, não disse
Tudo que a boca, teve que conter.
Sem querer, atravessei seu caminho. No pic nic da praça, quase tropecei em você.
Na Igrejinha, quando te vi, fui pedir graças aos santos da Consolação,
Para você perceber o que minha fala, não conseguiu te dizer.
Visitei, em silêncio, teu Mundo, quis ir ao fundo para te conhecer.
Não foi fácil penetrar as barreiras e atravessar a fronteira do teu coração.
Julguei ser arma poderosa a minha boa intenção. Mas você foi cruel, disse não à minha
Ilusão, me deixando sozinho, no Bar do Estadão.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Um anjo chamado ninguém

Autor: walter Sá

Ele chegou e trouxe novamente o brilho
Aos olhos meus, cessando a dor de um triste adeus.
Ele dançou comigo e desenhou com nossos passos,
Um novo mapa, no espaço vazio
Do meu coração, onde agora brota alegria,
Que anima meu dia e tira meus pés do chão.
Encontrei a luz, que há muito tempo eu buscava refletida
Nos olhos de alguém, no meio da estrada,
Na longa caminhada, sem saber quem.

Não pediu nada, nem vintém,
Não era príncipe, nem sapo,
Nem rei, nem plebeu,
Nem réu, nem carrasco,
Apenas um anjo, chamado ninguém.  


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Os sinais de agora

Autor: Walter Sá

Clarão, corisco no céu, cortou o ar até o chão,
Em seguida, a voz alta do trovão, falou firme
Dizendo, agora sim, vai ter água no sertão.

Não é milagre, nem foi oração.
Não será também a salvação.
As tempestades que virão, serão obras
Nossas, meu irmão.

Vai desmatando tudo, queima floresta, mata bicho
Mata índio e depois quer premiação!

A natureza dará o prêmio merecido.
Vai ficar gente sem comer, sem beber,
Derretendo de calor ou congelando de frio.

Ira de mãe vingativa, que não conhece o perdão.
Faz tremer o chão, a terra se abrir e fogo cuspir,
Faz o vento varrer, a onda subir, o mar invadir e tudo engolir.
E não quer nem saber se é rico ou pobre, se é branco ou negão.

Fica esperto e não ignora os sinais de agora,
Que o futuro previsto, não se demora, não!



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Atropelamento

Autor: Walter Sá

O passo era rápido,
O compasso também, do meu coração.
Um breve segundo bastou para ver tudo
Ir para o espaço, em seguida, sangue cálido, nas mãos

O chão foi pouco para o salto
Alto, grito seco, na multidão.
Não foi bala, nem susto,
Apenas um carro sem direção.

Vi seu corpo, alí, inerte,
Sem pulso e respiração.
Agora, só lamento, choro,
Cova e caixão.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Haikai do medo

Autor: Walter Sá

Se você não fala
Cala a vontade
Da voz
Nasce o medo
Mudo o verbo morre
Veloz