quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Do Nariz ao Verbo

Autor: Walter Sá

Tenho afasia branca
Das horas vazias
Travada na idéia abstrata
De um circunlóquio eloqüente

Tenho olhos acesos,
Vibrando de anseios,
Que aceleram o peito,
Que secam a boca com sede de
Gente

Deixem-me, antes
Que eu tenha as unhas pregadas
No teto da abstinência
Da tua coisa, do teu afeto

Sou como bicho preso
Em grades de ar ou concreto,
Andarilho louco de um caminho
Sem rumo, nas linhas, que vão do
Nariz ao verbo

Nenhum comentário:

Postar um comentário