sexta-feira, 22 de junho de 2012

Serão palavras pincéis

Autor: Walter Sá

Serão palavras como pincéis, a preencher com tinta a pauta,
Serão como machados, a cortar furiosamente, a casca do texto,
Extraindo a idéia exata do pensamento, ainda abstrato?

São dores, são sabores, que experimento, ao lançar-me intensamente na busca
Pela imagem, pela mensagem, que estão no limbo.
Sem adulações, colher, dessa improvável substância,
A matéria-prima para os quadros, que enxergas ao ler os sentimentos impressos,
Naquilo, que descrevo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A manhã

Autor: Walter Sá

Amanheceu
A manhã é Céu
A manha é sua
A minha mão
Move malícia
Mergulha língua
Molhada na nuca na gruta
Afunda na fronha crava dentes e
A cabeça ainda tonta eu
Amando sua manha de manhã.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Calabouço dos esquecidos

Autor: Walter Sá

No fim da tarde cinzenta, pousam corvos,
Nos fios tensos dos meus nervos enferrujados.
O frio cortante, que atravessa a carne, fere a pele
De asno com a qual me visto, enquanto os pássaros negros
Espreitam minha carniça, até o fim da noite sem fim.

Fujo dos pingos incessantes das lágrimas do teu riso
E fecho a porta do calabouço dos esquecidos.
Trancado, revejo o medo e a solidão, algozes desse cárcere, que
Há em mim.

Aos gritos, sufocando a garganta pelo silêncio, permito que ouças
As pragas que roguei a ti.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Poderia...

Autor: Walter Sá

Poderia chegar assim de estalo, de repente.
Poderia ter cheiro suave e corpo quente.
Poderia ser jovem ou maduro, mas acima de tudo,
Ter coragem de ir em frente, ao meu lado, contente.

Poderia se chamar amor,
Poderia rimar com flor,
Poderia seu beijo, saciar desejo,
Poderia, com os olhos, me dizer
Segredos.

Mas, enquanto não chega,
Olho o passado no espelho,
Lembrando do sorriso, da pele, do pêlo.
Perdidas imagens, na memória, que
Voltam ao meu apêlo.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Não há distância nem tempo

Autor: Walter Sá

Mais do que a boca pode dizer
Foi o silêncio que me fez
Escrever
Palavras de amor por ti até
Morrer

Cada letra escrita cada frase
Dita revela meu coração que trai
A razão e fala por mim aquilo
Que já deves saber

Não há distância, nem tempo
Nem mesmo esquecimento que possa
Apagar de dentro tudo que sinto por
Você

Je veux te voir encore

Auteur: Walter Sá

Tout était comme un rêve
La vie semblait legère
Et les journées étaient plus belles

J’étais plus heureux car j’avais un grand homme
À mes côtés
Nous étions un couple parfait
Et il y avait chez nous des fleurs et la paix

Donc je te garde dans mon coeur....

Mais maintenant, tu vas partir
Beaucoup de temps se passera sans toi
Et je ne sais pas si un autre jour
On se reverra
On sais qu’il y a une douce saveur de souvenirs du passé,
Une histoire très jolie à raconter

Je veux te voir encore
Pour te dire que je vais
Toujours t’aimer
Et  que je ne t’oublierai jamais.

O ciúme

Autor: Walter Sá

Forte era o gigante, que controlava
O mostro silencioso do ciúme, que há muito tempo
Morava aprisionado, em mim.

Armas poderosas, açoites da tua indiferença
E o tempo, o algoz invisível, incapazes de acordá-lo,
Só traziam à memória, lembranças da vida que
Dediquei a ti

Mas, em fúria plena de dor,
Ao te ver passar com seu novo
Amor,
O monstro se libertou.

Agora, nem gigante,
Nem raio paralisante
Conterão a ira e o desprezo,
Que dispensarei a ti

Mil mortes a sangue frio
Outras mil tramadas fio a fio,
De navalhada ao cadafalso,
Teu amor será banido.

Sem paz e sem retiro
Lembrarás do mal cometido,
A quem só te deu amor e abrigo.