quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Garrafinhas de Grey Goose

Autor: Walter Sá

Foi tomando vodca Grey Goose, em garrafinhas,
Pelas calçadas da Rua Augusta,
Que a minha visão turva
Quiz enxergar a tua figura

Isso me trouxe a alegria
De outro tempo

Quando a gente se encontrava ao acaso
E dançávamos embriagados com a Lua,
Sob o afã do desejo,
Da nossa carne crua.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Nessa ciranda

Autor: Walter Sá

Nessa ciranda que gira a esperança
Não temos par e somos um elo
Que move essa dança

Sem mágoa vencida
Nem fim de partida
O tempo se encarrega
De fechar as feridas

Mas a verdade deixa o nervo exposto
Ao buscar teu rosto em faces desconhecidas
Procurando nos seus olhos a sua alma
Encontrando apenas parede fria

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

La réconciliation

Auteur: Walter Sá

Nos corps enlacés
Dancent dans un jeu
Privé

Parmi les murs de la chambre
Sur un lit de vieux sentiments
On va se coucher

La nuit sera calme
Et nos rêves vont durer
Le temps nécèssaire pour nos coeurs
Encore s’accrocher

Et demain arrivera l’heure
Quand on va se réveiller
Du someil profond
Pour vivre vraiment cette histoire
D’amour entre nous deux

Sans se tromper l'un et l'autre
Et sans le miroir pour se regarder
Chacun sera différent de l'autre
Pour pouvoir s'aimer

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Buraco no dente

Autor: Walter Sá

O som da broca, que vinha da sala do dentista me perturbava e me deixava com as mãos suadas. Aos poucos, esse barulho penetrante dava lugar a outro mais perturbador. O som dos pensamentos atropelados e das batidas aceleradas do meu coração. Angústia, sem saber o que sentia, se era medo do dentista e sua broca ou a falta de ti, mas saber é coisa da razão, coração não sabe, só sente!

Olhava para o telefone incessantemente com esperança de um toque, um sms, qualquer coisa que me dissesse, “ele está querendo falar contigo”. As horas passavam e a broca se fazia novamente presente, me trazendo à realidade. Estava ali para tapar um buraco. Tarefa difícil ir tapar buraco no dente nesses dias, que já há outra broca invisível furando outros buracos, em outras partes do corpo e da alma da gente.

Subitamente a broca parou, a porta abriu, a enfermeira chamou! Chegou minha vez. Entrei na sala, sentei, obedeci rapidamente à ordem de abra a boca. Fechei os olhos por conta própria, por um momento pensei ouvir tua voz dizendo, “cheguei”! E o buraco se desfez.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

DNA ( Depois Nada Aconteceu )

Autor: Walter Sá

Durante o surto busquei o grito
No momento da queda perdi
A voz no infinito.

Dias inquietos

Autor: Walter Sá

Há dias de calmaria e outros de ira
Desassossego de corpo demente
Que nem Lacan lexotan ou colo de
Mãe alivia

Quando minha alma dorme e sonha
Fobias do escuro surto de melancolia
Sem Sol ou Estrelas
Sem noite e sem dia

São nesses dias inquietos
Renitentes cheios de
Ecos de versos disléxicos
Que digo amar você

Mas todas as cordas vocais
Enforcam o grito do amor
Contido em silêncio e distante
Permanecendo aflito até novamente
Desfalecer

quarta-feira, 16 de novembro de 2011